quarta-feira, 29 de abril de 2020

Antero Ferreira (Casa de Sarmento, U. Minho, CITCEM): A Pandemia de Gripe Espanhola de 1918

A Pneumónica de 1918 (comummente conhecida por Gripe Espanhola) foi uma das mais devastadoras pandemias da nossa era, causando a morte a mais de 40 milhões de pessoas por todo o mundo.

Antero Ferreira, diretor da Casa de Sarmento - Centro de Estudos e investigador do CITCEM, participou nesta série de entrevistas para nos falar do seu trabalho sobre a Gripe Espanhola de 1918, reflectindo sobre o seu impacto no país e, em particular, na cidade de Guimarães.

Ao longo desta entrevista, Antero Ferreira explicará o que é a pneumónica, por que motivo ficou conhecida por "Gripe Espanhola", quais é que foram as medidas gerais adotadas pelas autoridades de saúde, e que efeitos sociais advieram desta doença.


Para quem quiser ler mais sobre o assunto, especialmente para conhecer de que forma é que a gripe espanhola afetou certas partes do país, recomendo a leitura da obra coordenada por Antero Ferreira e que se encontra disponível no Repositório da Universidade do Minho.

Ferreira, Antero (coord.), A Gripe Espanhola de 1918. Guimarães: Casa de Sarmento, 2020.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Amândio Barros (ESE, CITCEM): Pandemias que vieram pelo mar

Na era da Covid-19, os aviões tornaram-se no principal meio de transporte das pandemias a uma escala global. Essa função de disseminação das doenças contagiosas pertenceu, por muitos séculos, às embarcações que uniam os mares e atravessavam os oceanos.

Amândio Barros, professor na Escola Superior de Educação e investigador integrado do CITCEM, fala-nos nesta entrevista dessa realidade para o fim da Idade Média e início da Época Moderna. É uma entrevista que explora:
  • as formas de propagação das doenças através do mar;
  • as quarentenas obrigatórias;
  • as estratégias de prevenção e de mitigação das pandemias;
  • as instituições e os agentes envolvidos no controlo da doença;
  • e consequências económicas e sociais que advieram destas doenças.
Para além destas questões mais gerais, Amândio Barros focou numa série de pormenores interessantíssimos, tais como o desenvolvimento de sinalética marítima específica para identificar embarcações portadoras de doenças; métodos de comunicação internacionais para a prevenção de pandemias; e deu exemplo de cordões sanitários que a cidade do Porto impôs a Matosinhos, no passado, para evitar que certas doenças se propagassem. 

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Maria Amélia Campos (U. Coimbra): As Colegiadas de Coimbra perante a Peste Negra

Apesar de estarmos fechados em casa, somos constantemente alvo das notícias da pandemia global de Covid-19 através da televisão, dos jornais on-line e das redes sociais. A entrevista que hoje se publica neste blogue busca uma escala diferente, mais pequena, e uma realidade mais específica: Que efeitos teve a pandemia de Peste Negra nas colegiadas de Coimbra em meados do século XIV?

Para sabermos mais sobre este tema, entrevistei Maria Amélia Campos, investigadora do CHSC da Universidade de Coimbra, uma especialista em história religiosa para o período medieval.



Perante uma sociedade em que os templos religiosos se encontram fechados, esta entrevista procurará conhecer:

  • os relatos de Peste Negra entre os membros das colegiadas de Coimbra;
  • os efeitos locais e as consequências económicas;
  • as mudanças no quotidiano decorrentes da pandemia.
Durante a preparação da entrevista, Maria Amélia Campos enalteceu a importância das colegiadas de Coimbra do século XIV perante as pandemias afirmando que "Numa primeira aceção, Igreja significa Assembleia e a demonstração pública e coletiva da fé é uma das componentes fundamentais da vivência do Cristianismo. No decorrer desta pandemia que, em Itália, vitimou vários sacerdotes e que rapidamente levou o Vaticano a fechar as igrejas, interessa ver como é que outras epidemias afetaram as comunidades eclesiásticas e o seu serviço religioso, ao longo da História. Olhar para o caso das colegiadas de Coimbra, depois da Peste de 1348, serve para nos dar luzes sobre o impacto de uma doença altamente contagiosa na vida de uma cidade, especialmente, no quotidiano religioso de leigos e eclesiásticos."

Amazon.com: Cidade e Religião: A colegiada de Santa Justa de ...
Publicação de Maria Amélia Campos da Universidade de Coimbra


domingo, 19 de abril de 2020

Uma informação e duas notícias

Por questões técnicas, o CITCEM teve de desligar os vídeos das entrevistas do canal YouTube. É possível que esteja tudo normal e em-linha a partir de amanhã, segunda-feira, juntamente com mais uma entrevista. 

Entretanto, sugiro a leitura de dois textos publicados hoje pelo jornal Público. O primeiro é uma entrevista a Manuel Loff (historiador) e o segundo um texto de Albert Camus

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Entrevista a André Silva (U. Porto) sobre a Peste Negra

Ao longo da história, a humanidade tem sido assolada por várias pandemias com consequências devastadoras. Uma das mais conhecidas é a Peste Negra, que em meados do século XIV terá dizimado várias dezenas de milhões de pessoas por toda a Europa.

Black Death
Peste NegraAcreditando que a Peste Negra era um castigo de Deus, algumas pessoas flagelaram-se de forma a expiar os seus pecados (Países Baixos, 1349)
O primeiro entrevistado desta série é André Silva, investigador do CITCEM e bolseiro de doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Tem trabalhado sobre impacto e as consequências da Peste Negra em Portugal no século XIV e procurará, nesta entrevista, explicar:

  • as origens e especificidades da Peste Negra;
  • a sua forma de propagação;
  • as respostas das instituições aos surtos de doença;
  • as consequências sociais e económicas desta pandemia medieval. 


Pandemias e História na Era da Covid-19. Uma introdução.

Olá a todos. O meu nome é Flávio Miranda e sou investigador em história medieval no CITCEM da Universidade do Porto. 

Estou com a minha filha de dois anos e 11 meses em isolamento social, e decidi recorrer ao mundo digital para lançar um desafio aos historiadores, investigadores e estudantes para que todos possamos contribuir para compreendermos melhor o que esperar desta pandemia de covid-19.

O vídeo que se segue apresenta, de uma forma sucinta, o problema das pandemias e da história e lança oito questões principais que servirão de mote para as futuras entrevistas.

1. Em que contexto surgiram as crises de saúde pública e as pandemias à escala global?
2. De que forma é que se propagaram pelos continentes?
3. Como é que as doenças atingiram as populações?
4. Que medidas de prevenção e de resposta é que foram tomadas pelas autoridades centrais e locais?
5. Que relatos existem desses acontecimentos e quais os pormenores mais importantes que devemos reter?
6. Que efeitos é que essas pandemias tiveram na economia e na sociedade, quer no mundo urbano, quer no mundo rural? 
7. Poderá o covid-19 assinalar o fim de uma era económica e social e o início de outra nova?
8. E, sem nunca desvalorizarmos as consequências nefastas, sobretudo em perdas humanas, será possível reconhecer algum tipo de efeito benéfico destas pandemias, por exemplo, na sociedade, na economia e na cultura?

Durante as próximas semanas procurarei entrevistar historiadores que possam fornecer informações sobre estas e outras perguntas, para que consigamos perceber melhor a pandemia atual à luz de outras crises: não para prever o futuro de uma forma iluminada, mas apenas para tornar o presente um pouco menos sombrio.